Em 7 de outubro, o chefe de Estado concorrerá a uma terceira reeleição ante um único candidato da oposição que deve se definir em eleições primárias no próximo 12 de fevereiro.
As pesquisas, tanto privadas como as que são feitas por institutos próximos ao mandatário, preveem sua continuidade com a maioria dos votos.
As forças progressistas aglutinadas no Grande Polo Patriótico apostam por manter as conquistas sociais impulsionadas pela administração de Chávez.
Através de diversas missões, que são parte do programa de governo, diminuíram os índices de pobreza e elevou-se o acesso a serviços básicos como alimentação, saúde, moradia, educação e outros, sucessos reconhecidos pelos organismos internacionais e conquistas que se buscará defender com o voto em 7 de outubro deste ano.
Os principais aspirantes pelos partidos contrários a Chávez, no entanto, agrupados na chamada Mesa da Unidade Democrática, são os governadores Henrique Capriles e Pablo Pérez, além do ex-prefeito e atualmente "desabilitado a exercer cargos públicos" Leopoldo López; o ex-embaixador Diego Arria; a deputada Maria Corina Machado e Pablo Medina.
Os governadores de Miranda, Capriles Radonski, e de Zulia, Pablo Pérez, junto a Leopoldo López, são no momento, segundo sondagens, os favoritos desse bloco integrado por uns vinte partidos.
A oposição não tem apresentado, até o momento, nenhum programa crível de governo e maneja propostas bem contraditórias, como o chamado "capitalismo popular".
Recentemente, o deputado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela à Assembleia Nacional, Saúl Ortega, expressou que o projeto político da oposição "responde aos interesses das multinacionais e do imperialismo".
A esse respeito, a analista Eva Golinger argumenta que Washington prepara os fundos para apoiar a campanha eleitoral opositora, ao qual destina um investimento multimilionário, além dos serviços de assessores experientes em tudo, da aparência pessoal até o discurso.
Detalha que através da National Endowment for Democracy, agência criada pelo Congresso estadunidense e financiada pelo Departamento de Estado, e da Agência Internacional para o Desenvolvimento, Washington tem canalizado desde 2002 mais de US$ 100 milhões a grupos antichavistas na Venezuela.
Afirma Golinger que boa parte desses recursos se utilizou nas cruzadas eleitorais dos candidatos opositores, além das permanentes campanhas midiáticas que inundam os meios nacionais e internacionais contra o governo de Hugo Chávez.
Dominicana e México: continuidade?
Os dominicanos elegerão, em 20 de maio, presidente e vice-presidente em eleições onde rivalizarão o governante Partido da Libertação Dominicana (PLD), o Revolucionário Dominicano (PRD), o Reformista Social Cristão e outros emergentes.
O chefe de Estado, Leonel Fernández, confirmou que não optará por outra reeleição e apoiará a candidatura de Danilo Medina para assegurar a continuidade do PLD.
Até o momento, Medina e o ex-presidente Hipólito Mejía (2000-2004), candidato pelo PRD, sobressaem-se como os principais rivais.
As mais recentes pesquisas outorgam a possível vitória à chapa Medina-Margarita Cedeño, atual primeira dama da República, que poderia conquistar a maior quantidade de votos, pois a oposição nesse país não consegue dar coesão aos eleitores.
No entanto os quatro partidos comprometidos a convergir numa candidatura única (Aliança pela Democracia, Dominicanos pela Mudança, Partido Democrata Institucional e a Frente Ampla) confirmaram que darão a conhecer seu candidato em 14 de fevereiro.
O PLD, segundo a cientista política Rosário Espinal, segue sendo uma opção, porque a oposição tem sérios problemas.
Considera que se o PRD segue dividido vai enfrentar grandes obstáculos nesta campanha eleitoral e é "muito difícil que haja um segundo turno, porque não há uma terceira força que obtenha muitos votos".
Medina, que retomou sua campanha eleitoral, mostra-se confiado na vitória ao assegurar que reivindicará ao povo dominicano a implementação de uma revolução social em favor dos setores mais vulneráveis, como foi a aspiração do líder fundador do PLD, o professor Juan Bosch.
No México as eleições gerais se realizarão em 1º de julho, para escolher o presidente, 128 senadores e 500 deputados federais.
A luta contra o crime organizado, as propostas para garantir a segurança cidadã e as reformas estruturais começam a perfilar os discursos dos candidatos à presidência do país.
Na liderança, o Partido Revolucionário Institucional busca atingir o poder após 12 anos.
O aspirante por essa força, Enrique Peña Neto, ex-governador do estado do México; e Andrés Manuel López Obrador, pré-candidato único da coalizão Movimento Progressista, integrada pelo Partido da Revolução Democrática, Partido do Trabalho e Movimento Cidadão, são pelo momento os competidores mais fortes.
López Obrador assegura que 2012 é um ano "histórico, já que será o ano da mudança".
Considera que seu programa de governo é a alternativa viável e necessária para uma transformação profunda do país e está estruturado em quatro eixos básicos: honestidade, emprego, justiça e segurança.
O político, que também foi candidato presidencial em 2006, sublinha que urgem medidas práticas e efetivas para solucionar os problemas de desemprego e segurança, os que mais preocupam os mexicanos.
Entretanto, pelo governante Partido Ação Nacional, Josefina Vázquez Mota, Ernesto Cordeiro e Santiago Creel Miranda, figuram entre as opções a definir-se em 19 de fevereiro.
A intromissão do crime organizado em algumas eleições nesta nação é um dos alertas no processo que se aproxima.
A esse respeito, o ministro do Interior, Alejandro Poiré, explicou que tem solicitado aos cidadãos que assumam sua responsabilidade para proteger estas eleições.
"Devemos reconhecer que, conquanto não seja um fenômeno generalizado, se registraram fatos de insegurança pública e tentativa de ingerência do crime organizado em algumas eleições, (ainda que) existam as condições para que se leve a cabo um processo eleitoral em calma e no marco da legalidade", enfatizou.
O ganhador receberá em julho como herança um país marcado pela violência e pelo auge dos grupos de narcotraficantes, com um desemprego que chega quase aos 2,7 milhões de pessoas e com mais 13,4 milhões de pessoas trabalhando informalmente, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Geografia.
O novo presidente terá seis anos para buscar soluções a estes problemas e outros, agravados no contexto da crise econômica mundial.
Prensa Latina
Fonte: www.vermelho.org.br