Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (6) pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revela que 85% dos entrevistados são favoráveis à reforma política e que 92% dos entrevistados são a favor de projeto de lei nesse sentido por iniciativa popular. Quanto ao financiamento de campanha, 78% dos entrevistados se posicionaram contra a participação de empresas nas campanhas. E 90% opinaram pediram punições mais rigorosas contra a prática de “caixa-dois”.
A pesquisa quis saber, também, qual o melhor modelo para eleger deputados, ficando 56% a favor de mudanças e pela instituição do voto em lista (lista e propostas de candidatos), contra 38% favoráveis à maneira atual, no nome do candidato.
Dentre os temas prioritários de propostas, os entrevistados elegeram saúde em primeiro lugar, seguido por educação e controle dos gastos do governo.
De acordo com o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado, a pesquisa é importante para orientar os próximos passos da campanha em defesa do anteprojeto de lei de iniciativa popular “Eleições Limpas”.
“Estamos convidando todas as entidades que compõem o movimento de defesa, bem como o público interessado, para intensificarmos esforços no sentido pressionarmos o Congresso a não mais adiar a reforma política”, disse Marcus Vinicius após reunião com a diretoria do Conselho Federal realizada no domingo (4) em Brasília.
Para o presidente nacional da OAB, é preciso contar com a pressão da sociedade para que a reforma política no Brasil seja, de fato, aprovada e consolidada. Ele enfatizou que o atual sistema político – identificado tanto pelas campanhas durante as eleições quanto o período do mandato – geram vícios que facilitam a corrupção.
“O fundamental é que tenhamos recursos públicos aplicados de forma adequada no Brasil”, disse. Para que isso ocorra, Marcus Vinícius destacou os três eixos para a reforma política: criminalização do “caixa-dois” de campanha e instituição do financiamento democrático, o voto transparente e a liberdade de imprensa.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, que participou da divulgação da pesquisa, disse, nas redes sociais, que “é a sociedade unida para aprofundar a democracia e combater a corrupção através de uma Reforma Política democrática que acabe com o financiamento privado de campanha e centre os debates eleitorais no projeto de país que queremos”.
Ela destacou que 98% do dinheiro das campanhas vem do caixa de grandes empresas. Dentre elas, inclusive, empresas devedoras da Receita Federal. “Acabar com o financiamento privado de campanhas contribui para atacar as causas da corrupção - os políticos eleitos devem prestar contas exclusivamente ao povo, não às empresas e seus interesses privados”, afirmou.
O Ibope entrevistou 1.500 pessoas em todo o país de 27 a 30 de julho.
Da Redação em Brasília
Com informações da OAB
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