domingo, 25 de setembro de 2011

Ariano Suassuna: “Defenderei a cultura brasileira até o fim”

No aniversário do Ipea, Ariano Suassuna elogiou iniciativas de disseminação do conhecimento. “Meti na cabeça que o povo brasileiro tinha me encarregado uma missão: de defender a cultura brasileira. Quis mostrar, então, que temos uma arte, uma dança, uma música de qualidade.” Foi assim, mostrando sua admiração pelo Brasil e seu povo, que Ariano Suassuna presenteou o público na comemoração dos 47 anos do Ipea, na tarde de 13 de setembro, na sede do Instituto, em Brasília.


Cerca de 300 pessoas, entre servidores e colaboradores do Instituto, convidados dos demais órgãos de governo e da sociedade, compareceram à palestra sobre Cultura e Desenvolvimento, que teve o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e foi transmitida ao vivo pelo portal www.ipea.gov.br. 

Antes, o público assistiu ao Coral do Ipea que abriu a cerimônia. O escritor e membro da Academia Brasileira de Letras disse estar preocupado com a massificação da cultura. “Essa invasão cultural baseada no gosto médio é a pior coisa que pode existir. Minha preocupação é antiga. Quando era jovem, e olha que faz muito tempo, havia um desprezo generalizado pelo Brasil e pelo seu povo. Os próprios brasileiros tinham esse preconceito contra o que a gente chama de cultura e arte brasileira.”Autoridades que não puderam comparecer aos 47 anos do Instituto mandaram cartas.

 A presidenta Dilma Rousseff também enviou mensagem ao Ipea, que foi lida no início da cerimônia. Em um dos trechos, a presidenta afirma que “o Ipea pensa o Brasil, tem compromisso com o país e com o povo brasileiro, e suas pesquisas e análises são referência para o debate das grandes questões nacionais. Os estudos produzidos por seu corpo técnico não subsidiam somente a formulação de políticas pelo Governo. Estão à disposição de toda a sociedade brasileira.”

O presidente do Instituto, Marcio Pochmann, participou da abertura do evento e destacou o Ipea como a maior instituição de produção do conhecimento para o desenvolvimento brasileiro.“Não só por auxiliar o poder Executivo, como foi o objetivo na sua fundação em 1964, mas também por estar conectada ao poder Legislativo e Judiciário”, afirmou.

Alcance do Ipea

No início da cerimônia, a plateia assistiu ao documentário “Rotas do Ipea” que contava a historia de Danilo Bezerra Vieira, um jovem de 16 anos que montou uma biblioteca comunitária em sua casa, no município de Almino Afonso, interior do Rio Grande do Norte. 

O estudante escreveu ao Ipea pedindo livros e recebeu as publicações.Após o filme, para a surpresa do público, Danilo foi chamado a comparecer ao palco e defendeu: “O conhecimento deve estar ao alcance de todos, inclusive na realidade rural. Quem visa a um país desenvolvido tem que começar com a educação. Eu acredito nisso e o Ipea também. Dei o pontapé com a biblioteca, porque acredito que essa é minha missão, assim como é do Ipea e de todos nós.” A ideia do jovem foi elogiada por Suassuna, que apontou a leitura como sua paixão desde a infância.

Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/

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