sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz aniversário e Feliz 2012.

Gostaria de agradecer a todos pelas mensagens de carinho, pelas felicitações de aniversário. Gostaria de lhes dizer, que hoje é uma data muito especial, não só por ser o último dia do ano e réveillon, mas, por ser o dia em que papai do céu escolheu pra eu nascer.

É muito bom passar este dia na presença da família, dos amigos e compartilhar com todos estes tantas alegrias e emoções.

Agradeço a você, leitor, por acessar este blog, por ler as matérias e os assuntos que  aqui são abordados. Espero que 2012 seja um ano ainda muito melhor pra todo mundo. Muita saúde, paz e felicidades é o que desejo.

Forte abraço!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

BRIC: China lança sistema de geolocalização alternativo ao GPS

Para livrar-se de usar o sistema de localização geográfica GPS, criado pelos Estados Unidos e controlado pelo Pentágono, o governo chinês lançou sua própria rede de geolocalização chamada Beidou.


Os chineses já colocaram em órbita dez dos 16 satélites que irão compor o sistema de navegação a partir do ano que vem. Segundo o governo, o Beidou irá fornecer dados de geolocalização do país e suas proximidades. 

A estratégia das autoridades chinesas é ir diminuindo gradativamente o uso do sistema americano, já que o governo dos EUA pode a qualquer momento bloquear o acesso ou rastrear informações na rede.

O Beidou é um projeto da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, responsável pelo programa espacial do país. 

A rede começou a ser desenvolvida no ano 2000 e a expectativa é ter 35 satélites em órbita até 2020, quando estiver totalmente concluída. 

Mas o Beidou começa a funcionar já no próximo ano e o investimento está avaliado em 50 bilhões de iuanes (o equivalente a US$ 7,9 bilhões).

Assim como o GPS, o Beidu será utilizado para serviços de geolocalização em aplicativos para dispositivos móveis, como celulares e tablets. De acordo com o governo da China, oferecerá também uma rede de envio de SMS. As autoridades descartaram o uso militar.

Com agências

Portal Vermelho (www.vermelho.org.br)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Guardian aponta Brasil como sexta economia do mundo

A crise bancária de 2008 e a subsequente recessão deixou o Reino Unido no sétimo lugar em 2011, atrás do Brasil

Publicado em 26/12/2011, às 08h47

Agência Estado

O Brasil superou o Reino Unido e ocupa agora o posto de sexta maior economia do mundo, reportou o jornal britânico The Guardian, citando uma equipe de economistas. A crise bancária de 2008 e a subsequente recessão deixou o Reino Unido no sétimo lugar em 2011, atrás da maior economia da América do Sul, que cresceu rapidamente no rastro das exportações para a China e Extremo Oriente.

"O Brasil tem batido os países europeus no futebol por um longo tempo, mas batê-los em economia é um fenômeno novo. Nossa tabela de classificação econômica mundial mostra como o mapa econômico está mudando, com os países asiáticos e as economias produtoras de commodities subindo para a liga, enquanto nós, na Europa, recuamos", afirmou o chefe-executivo do Centro de Pesquisa para Economia e Negócios (CEBR, em inglês) do Reino Unido, Douglas McWilliams, segundo o jornal.

O CEBR prevê que a Rússia e a Índia deverão se beneficiar de um aumento do crescimento durante os próximos 10 anos, levando a economia do Reino Unido a cair para a oitava posição. O órgão também estima que a economia francesa recuará num ritmo ainda mais rápido que a do Reino Unido, ficando com o nono lugar entre as maiores economias do mundo. Segundo o órgão, a Alemanha também declinará para a sétima colocação em 2020.

A União Europeia continuará a ser o maior bloco comercial coletivo do mundo, embora uma recessão deva atingir o crescimento mundial no próximo ano, prevê o CEBR. Segundo o The Guardian, previsões recentes do centro apontam que o crescimento mundial recuará para 2,5% em 2012, uma revisão em baixa da previsão feita em setembro. O centro alertou, no entanto, que em um cenário envolvendo "a saída de um ou mais países da zona do euro, defaults soberanos e falência e resgate de bancos poderá provocar uma desaceleração ainda maior do crescimento da economia mundial em 2012, para 1,1%.

Já as economias emergentes, que viram seus mercados acionários despencarem nos últimos meses, à medida que os investidores avaliavam as consequências da crise do euro, vão recuperar a sua dinâmica, projeta o CEBR. Segundo o centro, a economia brasileira deverá crescer 2,5% em 2012, após avançar 2,8% neste ano. A China terá expansão de 7,6%, a Índia, de 6%, e a Rússia, de 2,8%.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Entidades comemoram proposta que dá 50% do pré-sal para Educação

Instituições estudantis consideram positiva a proposta de destinar metade dos recursos do Fundo Social, que será fomentado com valores do petróleo da camada pré-sal, à Educação. 


Por Viviane Monteiro (*)


Conforme a presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), Elisangela Lizardo, a medida aprovada representa uma "bandeira" encorpada por entidades estudantis, como ANPG, UNE (União Nacional dos Estudantes) e científicas. "Essa bandeira vem desde a descoberta da camada pré-sal", recorda.

Trata-se do Projeto de Lei (PL) de nº 138/11, do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), em tramitação no Senado Federal, que altera a Lei 12.351 de 22 de dezembro de 2010 (marco regulatório de exploração do petróleo do pré-sal), sancionada com veto parcial da Presidência da República. Um dos vetos foi a destinação de 50% dos recursos do Fundo Social para educação.

Em seu projeto, Arruda quis restabelecer o destino desses recursos para a educação, medida que já foi aprovada na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) e na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CEC). Nessa última foram apresentadas emendas pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) nas quais incluiu as áreas de ciência e tecnologia, também, como beneficiárias da reserva de 50% dos recursos do petróleo da camada pré-sal. Desse montante, 70% serão destinados à educação pública básica, 20% para a educação pública superior e 10% para ciência e tecnologia.

Ao justificar sua emenda, Valadares diz acreditar que "entre os setores que mais podem contribuir com o desenvolvimento econômico e social, na sociedade contemporânea pós-industrial, dinamizada que é pelo acesso à informação e pela geração de conhecimento, estão a ciência e a tecnologia". Valadares acrescenta que a destinação de recursos à pesquisa e inovação, produção de novas tecnologias, criação de produtos, processos, gestão e patentes nacionais favorece saltos qualitativos ao desenvolvimento.

No momento, o PLS 138/2011 encontra-se na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para apreciação, em caráter terminativo. Nessa comissão, o relator, novamente o senador Valares, já emitiu parecer favorável ao projeto e aguarda a apreciação dos parlamentares. Se aprovado nessa comissão, o projeto seguirá para a Câmara dos Deputados para, em seguida, ir à sanção presidencial.

Recursos do PIB - Paralelamente ao carimbo de 50% dos recursos do petróleo da camada de pré-sal para Educação, a presidente da ANPG e de outras entidades estudantis defendem o dobro dos investimentos em educação, de cerca de 5%, para 10% do PIB. Esse ponto está sendo discutido no âmbito do Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 (PL 8035/2010), na Câmara dos Deputados.

(*) Jornalista do Jornal da Ciência; colaborou Beatriz Bulhões, representante da SBPC em Brasília

Fonte: Jornal da Ciência

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Câmara aprova e Porto Digital se expande para Santo Amaro

A Câmara Municipal do Recife aprovou quarta-feira (21) o marco legal que reconhece a expansão do Porto Digital para o bairro de Santo Amaro. A ampliação da faixa territorial do Parque faz parte da estratégia do Porto Digital de incorporar as suas atividades ao setor da Economia Criativa. Agora, o projeto aguarda apenas a sanção do prefeito do Recife, João da Costa, para se tornar lei municipal.



O território do Porto Digital irá se estender definitivamente para o Quadrilátero Aurora, uma área de 450mil m2 situada em Santo Amaro, entre as Avenidas Norte, Cruz Cabugá e Mário Melo e a Rua da Aurora.

Faz parte ainda do projeto da Câmara a redução do ISS para os empreendimentos da chamada economia criativa que se fixarem no bairro de Santo Amaro. “Assim, fica claro que o Porto Digital faz cada vez mais parte das estratégias de desenvolvimento da Prefeitura para a nova economia do Recife”, diz a entidade.

Com a aprovação dos vereadores do Recife, o Parque deixa de ser unicamente um ambiente voltado à inovação tecnológica para passar a abranger os setores econômicos e negócios da cultura. Ou seja, passa a atuar também no setor da economia criativa.

Em Santo Amaro, o Porto Digital terá capacidade de receber empresas de grande porte, que demandam grandes áreas, em prédios modernos. Lá, os empreendimentos poderão ser erguidos em altas torres, tendo em vista que não há restrições para demolições ou requisitos de preservação histórica por parte do IPHAN. A região é também uma área habitacional e com grande potencial de construção de estacionamentos para os novos empresariais que devem surgir.

“O Porto Digital sabe da contribuição que deu ao Bairro do Recife. O Parque transformou e resgatou o “Recife Antigo” nos últimos 10 anos. Mas agora é hora de navegar por outros rumos. Agora é hora de abranger também os setores econômicos e negócios da cultura potencializados pelas TICs, a tal chamada economia criativa”, pregam os gestores.

Fonte: Blog de Jamildo

...Certos Dois Olhos Negros

Dois Olhos Negros,
O que em mim encantaste, iluminaste e desafiaste...
Dois Olhos Negros,
Quanta beleza vejo em teu olhar!

Teu encantamento demonstra coisas belas dessa vida,
Teu olhar ilumina o meu olhar...
E me desafia a compreendê-lo, entende-lo!

Sempre que me vejo a te olhar...
Sinto-me a sonhar, só de te encontrar.

Tenho procurado, viajado... percorrido o mundo
A encontrar
Um olhar como o teu olhar.
Dois Olhos Negros,
Quis nunca te ganhar...
Apenas desvendar os teus mistérios para mim.

E se eu fosse o primeiro
A encontrar um olhar como o teu!

Como seria a minha vida,
Sei que sonho não se dar...
Mas, como seria viver rodeado por teu olhar?

Penso que seria como viver em plenitude,
Em êxtase!

Mas, até compreender e desvendar esse olhar
E seus mistérios,
Sigo minha vida a procurar
Certos Dois Olhos Negros!

Por Anderson Diego (2011)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Governo atualiza para R$ 622 valor do salário mínimo em 2012

O governo elevou o salário mínimo para 2012 de R$ 619,21 para R$ 622,73. O novo número consta no ofício que o Ministério do Planejamento enviou ao Congresso nesta segunda-feira (20) com a atualização dos parâmetros econômicos utilizados na elaboração da proposta orçamentária do próximo ano (PLN 28/11). A diferença de R$ 3,52 deve-se à revisão do INPC deste ano, que reajusta o mínimo.


A proposta orçamentária foi elaborada com uma previsão de INPC de 5,7%. O número, somado à taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, que foi de 7,5%, projetou um mínimo de R$ 619,21 no projeto original, equivalente a um aumento nominal de 13,6%. A atualização elevou a inflação para 6,65%. Com a mudança, o aumento nominal sobe para 14,26% frente ao valor atual, que é de R$ 545.

A projeção de aumento do INPC impacta os benefícios assistenciais e previdenciários, iguais ou acima do mínimo. Para os benefícios da Previdência, a previsão de reajuste subiu de 5,7% para 6,3%, portanto, abaixo do INPC de 2011. No geral, o governo estima que os gastos com o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) no próximo ano vão subir de R$ 313,9 bilhões, número que consta no projeto original, para R$ 320,4 bilhões. A diferença terá que ser coberta pelo relator-geral da proposta orçamentária, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

PIB menor

Em relação aos demais indicadores econômicos, o governo rebaixou o crescimento econômico para este ano, que saiu de 4,5% para 3,8%, e manteve o valor do próximo ano (5%). A produção industrial também apresenta uma expectativa de redução. Para este ano, a projeção cai de 2,95% para apenas 0,63%. Em 2012, o percentual reduz de 5,2% para 4,8%. Outra diminuição é na taxa média de juros (Selic), que sai de 11,98% para 11,69%, neste ano, e de 12,45% para 11,45% em 2012.

Em relação à meta oficial de inflação (IPCA), o governo projetou aumento para os dois anos. A primeira projeção era de 6,43% para este ano e de 4,9% para o próximo. Agora, a expectativa é de 6,62% e de 5,25%, respectivamente. O número oficial para 2011 é 0,14 ponto percentual superior ao projetado pelo mercado, de acordo com o boletim Focus do Banco Central divulgado também nesta segunda.

A atualização dos parâmetros econômicos é uma exigência da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Os números auxiliam o Congresso no cálculo da arrecadação federal do ano posterior. O relator da receita do projeto orçamentário, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), poderá apresentar uma atualização do parecer da receita antes da votação do relatório final, em dezembro. O primeiro parecer, aprovado em outubro, elevou as receitas federais em R$ 26,1 bilhões.


Fonte: Agência Câmara de Notícias

"Livro é um nocaute na grande imprensa"

Em debate que marcou o lançamento oficial do livro A Privataria Tucana, na noite desta quarta-feira (21), em São Paulo, Amaury Ribeiro Júnior, autor da obra, afirmou que o livro é “um nocaute na blindagem que a mídia dá aos tucanos”.


A Privataria Tucana vendeu 15 mil exemplares em um fim de semana e já teve mais 30 mil encomendadas pela Geração Editorial. É o assunto mais comentado nas redes sociais e no meio político. Apesar disso, tem sido solenemente ignorado pela grande mídia.



O evento, promovido pelo Barão de Itararé em parceria com o Sindicato dos Bancários, contou também com a presença do jornalista Paulo Henrique Amorim e do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), responsável pela criação da CPI da Privataria (protocolada no mesmo dia do debate). Cerca de 500 pessoas lotaram o Sindicato dos Bancários: além do auditório, também havia uma sala com telão, para que todos acompanhassem a discussão.

Amaury Ribeiro Júnior falou sobre o processo de investigação e escrita, mas enfatizou a reação da grande mídia ao lançamento de A Privataria Tucana. “Quando eu vi que não saiu nada sobre o livro na Veja, percebi que tínhamos acertado em cheio. Os grandes meios de comunicação ignoram o livro, mas as pessoas divulgam nas redes sociais, na mídia alternativa. O frentista do posto de gasolina em que eu abasteço me parou para dizer que quer uma cópia”, afirmou. A grande mídia praticamente omitiu o lançamento do livro, limitando-se, no máximo, a publicar a versão dos tucanos e dos acusados na investigação.

Com a repercussão da obra e a CPI da Privataria, criada por Protógenes Queiroz, Amaury acredita que José Serra, um dos principais acusados no livro, irá reagir. “Eles continuarão tentando desqualificar os autores da denúncia, como estão fazendo comigo e com o Protógenes. Tentam transformar réu em herói e quem investiga em réu”, disse.



A CPI da Privataria
Na abertura do debate, Altamiro Borges, do Barão de Itararé, deu a boa notícia: a CPI da Privataria foi protocolada em Brasília. Protógenes Queiroz, criador da CPI, disse que o livro de Amaury é um poderoso documento sobre as privatizações tucanas. “Esses bilionários que surgiram do nada, como demonstrado em A Privataria Tucana, precisam ser investigados e prestar contas à sociedade”, declarou.

O parlamentar exaltou o papel da mídia alternativa na repercussão do livro e revelou que ele próprio tomou conhecimento da obra através dos meios alternativos e mídias sociais. “Aproveito a presença do Paulo Henrique Amorim e também cito o Luis Nassif para parabenizar a mídia alternativa, a blogosfera e as redes sociais. Conheci o livro por meio da divulgação massiva nesses meios e senti que deveria contribuir, dizer ao mundo que o Amaury não está sozinho”.

A CPI da Privataria recebeu 206 assinaturas na Câmara dos Deputados, em apenas oito dias. “É um número impressionante, ainda mais se considerarmos que estamos às vésperas do final do ano e muitos não puderam assinar por estarem ausentes”, disse Queiroz. Para ele, a CPI é produto direto do livro, que traz informações contra José Serra, com diversos familiares denunciados por envolvimento em lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, e Ricardo Sérgio, ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor internacional do Banco do Brasil, que seria responsável por articular os consórcios de privatização e o recebimento de propinas. “A CPI fará o livro parecer ‘pequeno’”, afirma Queiroz, que prometeu revelar à sociedade como grandes veículos de comunicação tiveram suas dívidas perdoadas após a privatização.

A grande reportagem da Privataria Tucana

Renata Mielli, do Barão de Itararé, que coordenou a mesa de debate ao lado de Maria Inês Nassif, da Agência CartaMaior, comentou que o livro resgata a grande reportagem no país, obliterada pela grande imprensa em favor de um jornalismo “superficial e proselitista, preocupado apenas em derrubar ministros e mandar no país”.

Paulo Henrique Amorim endossou o coro, afirmando que “jornalismo investigativo é um pleonasmo”. Ele elogiou Amaury por “provar que a atividade de repórter está viva”. Amorim ainda afirmou que a valorosa investigação conduzida por Amaury diz respeito à “maior roubalheira da história das privatizações latinoamericanas”.

Fonte: Site Barão de Itararé

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pensamentos...

"A Civilidade de um povo, depende, da Civilidade de quem o governa. (Anderson Diego, 2011)"

sábado, 17 de dezembro de 2011

Prêmio Agente Jovem de Cultura

Inscrições abertas no período de 15 de dezembro de 2011 a 31 de janeiro de 2012

O Diário Oficial da União do dia 14 de dezembro publicou o edital Prêmio Agente Jovem de Cultura: Diálogos e Ações Interculturais, desenvolvido pelo Ministério da Cultura, por meio da  Secretaria de Cidadania Cultural (SCC/MinC).
O concurso vai conceder 500 prêmios, no valor de R$ 9 mil cada, a iniciativas culturais já realizadas e concluídas, propostas por jovens agentes culturais de todo o país. As inscrições para a premiação estão abertas a partir desta quinta-feira, 15, e se estendem até 31 de janeiro de 2012.
Poderão participar da iniciativa jovens brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros residentes há mais de três anos no país, na faixa etária entre 15 e 29 anos.
O edital é uma parceria entre o MinC – que investirá R$ 2,9 milhões – e os ministérios da Saúde (R$ 1 milhão) e do Desenvolvimento Agrário (R$ 600 mil), além da Secretaria-Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Juventude (R$ 500 mil).
Leia o edital
Anexo 3 – Declaração
Fonte: SCC/MinC

Bom Final de Semana! Música "O Vento - Los Hermanos"

Música: O Vento - Banda Los Hermanos

Jorge Furtado: A Privataria Tucana

a_pirataria_tucana


Terminei de ler o extraordinário trabalho jornalístico de Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana”, (Geração Editorial), o livro mais importante do ano. Para quem acompanha a vida política do país através de alguns blogs e da revista Carta Capital, não há grandes novidades além dos documentos que comprovam o que já se sabia: a privatização no Brasil, comandada pelo governo tucano, foi a maior roubalheira da história da república. O grande mérito do livro de Amaury é a síntese que faz da rapinagem, e a base factual de suas afirmações amparadas em documentos, todos públicos. Como bom jornalista, Amaury economiza nos adjetivos e esbanja conhecimento sobre o seu tema: o mundo dos crimes financeiros.

A reportagem de Amaury esclarece em detalhes como os protagonistas da privataria tucana enriqueceram saqueando o país. De um lado, no governo, vendendo o patrimônio público a preço de banana. Do outro, no mercado, comprando as empresas e garantindo vida mansa aos netos. Entre as duas pontas, os lavadores de dinheiro, suas conexões com a mídia e com o mundo político.

Protagonistas

Os personagens principais da maracutaia, fartamente documentada são gente do alto tucanato: Ricardo Sérgio de Oliveira (senhor dos caminhos das offshores caribenhas, usadas pela turma para esquentar o dinheiro), Gregório Marin Preciado (sócio de José Serra), Alexandre Bourgeois (genro de José Serra), a filha de Serra, Verônica (cuja offshore caribenha, em sociedade com Verônica Dantas, lavou pelo menos 5 milhões de dólares), o próprio José Serra e o indefectível Daniel Dantas. Mas o livro tem também informações comprometedoras sobre o comportamento de petistas (Ruy Falcão e Antonio Palocci), sobre Ricardo Teixeira e sobre vários jornalistas.

A quadrilha de privatas tucanos movimentou cerca de 2,5 bilhões de dólares, há propinas comprovadas de 20 milhões de dólares, dinheiro que não cabe em malas ou cuecas. O livro revela também o indiciamento de Verônica Serra por quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros e traz provas documentais de sua sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, numa offshore caribenha.

Alguns destaques do livro:

As imagens do Citco Building, em Tortola, Ilhas Virgens britânicas, gavetas recheadas de empresas offshore, "a grande lavanderia", pág. 43.
Sobre a pechincha da venda da Vale, na pág. 70.
Sobre o grande sucesso "No limite da irresponsabilidade", na voz de Ricardo Sérgio., pág. 73.
Sobre o MTB Bank e sua turma de correntistas, empresários, traficantes e políticos de várias tendências, e a pizza gigante de dois sabores (meio petista, meio tucana) da CPI do Banestado, pág. 75.
Como a privatização tucana fez o governo (com o seu, meu dinheiro), pagar aos compradores do patrimônio público, pág.171.
A divertida sopa-de-nomes das empresas offshore, massarocas intencionais para despistar a polícia do dinheiro do crime, pág. 188.
Os grandes personagens do sub-mundo da política, arapongas que trabalham a quem pague mais, pág. 245.
Um perfeito resumo do que realmente aconteceu na noite dos aloprados, no Hotel Ibis, em São Paulo, pág. 282.
Um retrato completo do modus operandi da mídia pró-serra na eleição de 2010, a partir da pág. 295.
Outro resumo perfeito, do caso Lunus, quando a arapongagem serrista detonou a candidatura de Roseana Sarney, pág. 314.
Sobre para-jornalistas que acabam entregando suas fontes e sobre fontes que confiam em para-jornalistas, pág. 325.

Silêncio da mídia
O índice remissivo e a quantidade de dados que o livro de Amaury apresenta já o tornariam uma peça obrigatória na biblioteca de quem pretende entender o Brasil. Mas,A Privataria Tucana também lança um constrangedor holofote sobre a grande imprensa brasileira, gritamente pró-Serra, que é cúmplice, ao menos por omissão, da roubalheira que tornou o país mais pobre e alguns ricos ainda mais ricos.

Imagine você o que esta imprensa – que gasta dúzias de manchetes e longos programas de debate na televisão numa tapioca de 8 reais ou em calúnias proferidas por criminosos conhecidos - diria se um filho de Lula, Dilma ou qualquer petista fosse réu em processo criminal de quebra de sigilo bancário. Segundo o livro de Amaury (e os documentos que ele traz) a filha de José Serra é ré em processo criminal por quebra de sigilo bancário. (p. 278)

O ensurdecedor silêncio dos grandes jornais e programas jornalísticos sobre o livro “A privataria tucana” é um daqueles momentos que nos faz sentir vergonha pelo outro. A imprensa, que não perde a chance - com razão - de exigir liberdade para informar, emudece quando a verdade contraria seus interesses empresariais e/ou o bom humor de seus grandes anunciantes. Onde estão as manchetes escandalosas, as charges de humor duvidoso, os editoriais inflamados sobre a moralidade pública?

Afinal, cadê o moralista que estava aqui?

Fonte: Carta Maior / (*) Publicado originalmente no Blog de Jorge Furtado

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Vitória de Santo Antão e a Interiorização do Desenvolvimento de Pernambuco

De início, gostaria de agradecer a Câmara Municipal de Vereadores de Vitória de Santo Antão, na pessoa do Excelentíssimo Sr.Vereador André de Báu  , pelo Voto de Aplauso (ofício nº290/2011-PL) proposto pelo mesmo e aprovado por unanimidade na sessão ordinária da Câmara, realizada na última quinta-feira (08/12).
Este Voto de Aplauso diz respeito à realização da pesquisa e Trabalho de Conclusão de Curso que realizei, denominada “Vitória de Santo Antão e a Interiorização do Desenvolvimento de Pernambuco”, fruto da minha Especialização em Administração de Marketing na Universidade de Pernambuco – Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (UPE-FCAP), no ano de 2010.
Este estudo buscou sintetizar as principais potencialidades existentes no Município de Vitória, além, dos desafios que o Município deverá superar para atrair novos investimentos e empreendimentos futuros. Teve como orientador, o Professor PhD Paulo Rio.
Para tanto, foi desenvolvida uma investigação acerca da história de Vitória de Santo Antão desde o seu povoamento, datado em 1626, até os dias atuais, destacando-se a instalação de importantes empreendimentos, como a Sadia e Kraft Foods. Tendo como fonte de consultas, importantes órgãos como a Agência Estadual Condepe/Fidem, IBGE, PNUD, além de consultas a autores diversos e a realização de entrevistas com representantes de vários segmentos do Município de Vitória.
O estudo recomenda algumas iniciativas que a Cidade de Vitória deverá tomar como forma de garantir que esse desenvolvimento que chega se coloque de forma sustentável, buscando preservar a qualidade de vida de todos os vitorienses. Além disso, propõe a criação de uma campanha de marketing e turismo para a divulgação do Município e suas potencialidades.
É um estudo extremamente pertinente, pois, como sabemos, Pernambuco é um dos Estados que mais crescem e impulsiona a economia de todo o País. São empregos gerados, novos empreendimentos que repaginam as perspectivas de muitas Cidades e propiciam o seu desenvolvimento.
No caso de Pernambuco, destacam-se a ações promovidas pelas iniciativas público-privadas, que vêm possibilitando a distribuição deste desenvolvimento por todas as Regiões do Estado. Como exemplo, temos a construção da Transnordestina, a criação do Gasoduto da Interiorização, a instalação do Estaleiro Atlântico Sul e a expansão de Suape, além da vinda de grandes empresas multinacionais, tais como a Fiat, Sadia, Perdigão, Kraft Foods, dentre outras.
            Para os interessados, coloco-me a disposição para eventuais dúvidas, informações, dentre outros. Informo-lhes que o trabalho encontra-se disponível na biblioteca da UPE-FCAP, como também, disponibilizo uma cópia digitalizada deste estudo através do link: TCC "Vitória de Santo Antão e a Interiorização do Desenvolvimento de Pernambuco"


Por Anderson Diego,  
Estudante de Mestrado em Administração (UFPE-PROPAD),
Especialista em Administração de Marketing (UPE-FCAP).
Twitter: @andersondiego6

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Encontro discute economia criativa

Tema, que é bastante atual, será discutido por especialistas no Recife. Confira ficha de inscrição e participe!

Divulgação
Descrição da imagem
Uma arena de pensamentos, imaginação e inovações pautadas na economia criativa. É assim como pode ser visto o Encontro Criativo 2011, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e Secretaria de Cultura/Fundarpe, entre os dias 12 e 14 deste mês, no Teatro Hermilo Borba Fillho, no Bairro do Recife.

FICHA DE INSCRIÇÃO

“O encontro servirá para reflexão e debate sobre o futuro das nossas cidades e sobre como vamos construir esse futuro. Para isso vamos apresentar um modelo diferente de palestra, onde o público vai interagir com os convidados, fazendo parte da conversa”, adianta Luciano Gonçalo, coordenador de Economia da Cultura da Secretaria de Cultura.

Ao longo de três dias, governo e sociedade civil estarão integrando-se para a construção de cenários criativos, reunindo artistas, empreendedores e gestores públicos. Entre outros temas a serem debatidos estão Consumo e demanda de produtos culturais, formação, inclusão e diversidade modelando novos cenários; Fomento, sustentabilidade, financiamento. Como estimular a cultura empreendedora e a profissionalização; e Bacias criativas, consórcio de municípios para o desenvolvimento da economia criativa no interior.

“Acreditamos cada vez mais no potencial de contribuição das cadeias produtivas criativas para o desenvolvimento sustentável do nosso estado”, acentua Luciano Gonçalo. “Será um encontro com o olhar para o futuro, do nosso estado e do Brasil”.

Potencial individual


Diferentemente da economia tradicional, de manufatura, agricultura e comércio, a economia criativa, essencialmente, foca no potencial individual, na imaginação e na capacidade intelectual para o desenvolvimento de algo que gere renda. Grande parte dessas atividades vem do setor de cultura, moda, design, música e artesanato. Outra parte é oriunda do setor de tecnologia e inovação, como o desenvolvimento de softwares, jogos eletrônicos e aparelhos de celular.

Para debater estes conceitos incluídos na definição de economia criativa, estarão no encontro, entre outros, palestrantes como Álvaro Santi, coordenador do Observatório da Cultura de Porto Alegre; Júlia Zardo, mestre em mídas e mediações socioculturais pela Escola de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Lala Deheinzelin, uma das especialistas mundiais em economia criativa, sustentabilidade e futuros devido a um raro perfil transdisciplinar conduzindo ao desenvolvimento de metodologias próprias e Paulo Miguel, doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea e professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade Federal da Bahia.

No Brasil e no mundo


De acordo com o Relatório de Economia Criativa 2010, produzido pela Unctad – Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, apesar de uma queda de 12% no comércio global em 2008, os serviços e bens da economia criativa cresceram até 14%. Segundo ainda o relatório, a China é o país com mais produção na economia criativa seguida pelos Estados Unidos e Alemanha.

O Brasil ainda não se encontra entre os 20 maiores produtores do setor, em nível internacional. No entanto, com base em dados do IBGE, é possível concluir que o setor representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que foi da ordem de R$ 2,4 trilhão em 2007. Pensando na necessidade de informações sobre o setor devido ao seu potencial, foi implementada em janeiro de 2011 a Secretaria da Economia Criativa sob o comando do Ministério da Cultura.
Fonte: Fundarpe

50% do fundo social do Pré-Sal pra Educação, Ciência e Tecnologia

Com a presença de representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE) aprovou nesta terça-feira (6), por unanimidade, o PLS 138/11 , projeto de lei que destina às áreas de educação e de ciência e tecnologia metade dos recursos do Fundo Social.


Criado no final do ano passado, o Fundo Social tem entre as suas principais fontes de receita os recursos do petróleo retirado da camada pré-sal.




UNE, UBES, ANPG, junto com centenas de estudantes de todo o Brasil, comemoram primeira vitória do #OcupeBrasiliaTexto que havia sido aprovado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura determina um mínimo de 50% dos recursos do Fundo Social para programas e projetos de desenvolvimento da educação pública (básica e superior). Mas emenda apresentada pelo relator na CE, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), incluiu ainda a área de ciência e tecnologia. Na versão aprovada pela CE, desses 50%, no mínimo 70% terão de ser destinados à educação básica; 20% para a educação superior; e 10% para ciência e tecnologia.

Essa pode ser considerada a primeira vitória o movimento, organizado pela UNE, UBES e ANPG, chamado #OcupeBrasília. Desde a manhã de hoje, 6 de dezembro, mais de 200 jovens, de diferentes estados do Brasil, estão acampados na capital federal, no gramado em frente ao Congresso Nacional com o objetivo de acompanhar a tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE) e reivindicar a sua votação ainda este ano, com a aprovação de uma meta de investimento público da educação em 10% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Segundo Antonio Carlos Valadares, a destinação de recursos mais expressivos para a educação é coerente com as metas fixadas pelo Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020, enviado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional. Dentre elas estão: ampliar o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de sete por cento do produto interno bruto (PIB) do País e universalizar o acesso à educação.

O autor do projeto, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), lembra que a destinação de metade do Fundo Social à educação já estava prevista na lei que o criou, mas acabou vetada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Toda inspiração da criação da do Fundo Social do Pré-sal estava vinculado quase que unicamente à educação. Se conseguirmos 50% para educação e ciência e tecnologia nós ajudamos todas as outras áreas – disse Inácio Arruda.

Já o senador Wellington Dias elogiou a iniciativa e se posicionou favorável à proposta, mas alegou que os percentuais sugeridos talvez sejam revistos pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde o projeto será votado em decisão terminativa.

- Estamos falando aqui de metade de US$ 1,5 trilhão para a educação. Não precisa desses recursos, por maiores que sejam as despesas, só para a educação. É um montante considerado muito elevado – disse o parlamentar.

Fonte Site da UNE com informações Agência Senado

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Celac e os Cem Anos de Cooperação

A TV brasileira continua centralizando suas atenções na cobertura da crise do capitalismo na Europa, o que significa, na prática, sonegar ao povo brasileiro uma informação objetiva, necessária e de importância histórica para a humanidade como é a criação da Celac (Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe), ocorrida em 2 e 3 em Caracas. 

Por Beto Almeida*, em Carta Maior


Assisti o evento em transmissão da Telesur, retransmitida aqui em Brasília pela TV Cidade Livre, o canal comunitário da capital.

A Celac nasce com desafios amplos, com uma pauta concreta e com um caminho já percorrido por meio das medidas que vêm sendo implementadas e que convergem para a integração de América Latina. A Celac nasce sem as presenças dos EUA e Canadá, países que apostam na desintegração e rapina, como prova o crime recente de demolição da Líbia. 

Nada têm a fazer na Celac. Que fiquem com a moribunda OEA, um laboratório de maldades colonialistas que sempre operou a favor das ditaduras que marcaram em sangue e submissão a América Latina e o Caribe.

A Celac tem início buscando soluções soberanas, negociadas, democráticas para os grandes impasses da região, seja a questão colombiana, seja a saída para o mar para a Bolívia, ou integração de países mais frágeis como a Guiana ou Suriname e também uma solução para retirar o Haiti da imensa miséria em que ainda está imerso. Todas estas, e muitas outras, são questões amplamente complexas, mas com a Celac elas passam a ser encarada com base nos princípios da cooperação e da solidariedade que passam a marcar esta nova etapa da região.

Sem pedir licença

Muitas medidas já estão em andamento pavimentando o caminho para que nascesse a Celac: Mercosur, Alba, Unasur, Petrocaribe, Petrosul, Banco do Sul, Telesur etc. Tudo isto soma. Mas, a marca fundamental é que 33 estados decidem unir-se sem pedir licença aos EUA e projetam o futuro pela via de um caminho de independência, em variados graus, das intolerantes diretrizes que caracterizam, historicamente, as políticas estadunidenses para a região.

O nascimento da Celac já simboliza em si mesmo a necessidade de passar a um patamar mais elevado de planejamento, articulação e , sobretudo, cooperação entre os países latino-americanos e caribenhos porque os sinais emitidos pelo império, sobretudo com o aprofundamento de sua crise, seja nos EUA, seja na Europa do Euro, apontam para situações conflituosas mais complexas. 

Nada indica a revisão, pela Casa Branca, das pretensões imperialistas sobre áreas estratégicas em todo o mundo. Basta anotar que enquanto a Unasur forma seu Conselho de Defesa Sul Americano, os EUA ordenam a retomada da Quarta Frota, justo quando se revelam grandes riquezas petrolíferas sobre os mares do sul. Vale citar também o envolvimento direto dos EUA nas ações de desestabilização de governos populares como na Venezuela, na Bolívia, no Equador, em Honduras etc.

Exatamente porque a TV comercial brasileira ignora e sonega informação sobre esse grande acontecimento em nossa região - como paralelo, é como se a TV da Europa ignorasse o nascimento da Comunidade Européia - e também porque há privilégio editorial na cobertura da crise do capitalismo europeu, vale informar e dimensionar a importância de todas as medidas que já conduzem a uma era de mais integração, mais cooperação. 

Desde que os bons ventos das lutas populares espantaram a poeira e o mofo do neoliberalismo que andava por aqui, criando com inteligência, rebeldia e coragem inúmeros governos populares e progressistas, as ações de estado se alteraram, as políticas externas, mas também as financeiras, monetárias, ou de saúde e de educação , registrando câmbios importantes, que, com a Celac, poderão se ampliar, se consolidar ou mesmo estimular, simplesmente, a incorporação de vários outros países num planejamento político no mínimo contraditório com os interesses dos EUA.

Distanciamento da agenda do Pentágono

Um exemplo disso, os significativos acordos firmados entre Venezuela e Colômbia, indicando uma tática que favorece algum tipo de distanciamento de Bogotá da função anterior, na época de Uribe, como um simples peão militaresco a ameaçar a Revolução Bolivariana. Outro exemplo é a Revolução Cidadã no Equador, ou o novo curso progressista inaugurado no Peru com a eleição de Umalla Hollanta.
 
A Revolução Bolivariana necessita de tempo histórico para consolidar-se e uma hipótese de guerra com a Colômbia, que esteve eminente, era tudo o que interessaria ao Pentágono para encontrar pretextos intervencionistas na regiáo, como tem feito em muitos lados, seja no Iraque, no Afeganistão ou agora mais recentemente na Líbia. Já um setor da burguesia industrial colombiana vê a Venezuela como uma possibilidade de desafogo, um mercado comprador importante, sem contar que a pátria de Miranda não teve a oportunidade histórica de escapar da colonialista “maldição do petróleo”. 

A Venezuela não teve sua Era Vargas. Só a partir de Hugo Chávez há um real processo de industrialização da Venezuela, do qual o Brasil participa com investimentos do BNDES que expandem a capacidade produtiva do país irmão. Em especial na realização de obras de infra-estrutura indispensáveis, além de contribuir, com a presença da Embrapa, a um processo de arrancada para uma economia agrícola, o que Venezuela não possuía antes, já que importava até alface dos EUA.

Nada disso tem sido adequadamente informado ao povo brasileiro. A política de integração regional dinamizada e priorizada por Lula, sob a operação de Amorim, foi sempre apresentada pela mídia colonizada brasileira como desperdício de dinheiro ou retórica itamarateca, com o que se ecoava os humores de Washington quanto ao novo quadro regional que acarretou em diminuição da presença comercial dos EUA. O que torna ainda mais incompreensível que a integração latino-americana não seja , até hoje, uma pauta jornalística importante para a TV Brasil, muito embora seja uma política sustentada pelos 63 milhões de votos que elegeram Dilma, e a Lula antes. Integração é prioridade de estado, mas a integração comunicativa não. No entanto a TV divulga com patética amplitude vida sexual de Berlusconi ou , agora, o caso das cuecas do Príncipe Charles.

Brasil participa da construção do maior porto do Caribe

Já os exemplos importantes não divulgados são inúmeros. Tomemos alguns. O Brasil participa atualmente da construção do estratégico porto de Mariel em Cuba. Será o maior porto do Caribe, dinamizando a economia regional. O Brasil participa com créditos do BNDES, enquanto que a escolha da construtora brasileira foi feita pelo governo de Cuba. Cuba não possui capacidade de engenharia nacional para realizar uma obra deste porte. E tampouco a Halliburton poderia substituir a construtora brasileira, né? A linha da Casa Branca é impedir que empresas de outros países violem o ilegal bloqueio a Cuba, o que vem sendo corretamente ignorado pelo Brasil. Aliás, em linha oposta, o Chanceler Amorim, na época, disse que o Brasil quer ser o primeiro parceiro comercial de Cuba.

O Brasil participa ainda de duas outras obras estratégicas ali na região: a construção da uma hidrelétrica no Haiti, construída pelo Batalhão de Engenharia do Exército Brasileiro, e a construção de uma usina hidrelétrica na Nicarágua. No caso do Haiti, são recursos públicos brasileiros repartidos exemplarmente pelo povo brasileiro com o sofrido povo haitiano, exemplo que as potências capitalistas não fazer. Há ainda um acordo entre Brasil-Cuba e Haiti para a construção de estruturas de saúde por lá, com investimentos da ordem de 80 milhões dólares por parte do Ministério da Saúde do Brasil, medida iniciada com Lula e confirmada agora por Dilma. Vale destacar que o Brasil só aceitou integrar a Missão da ONU no Haiti após ter recebido apoio unânime de todos os governos da região, inclusive de Cuba, Venezuela e Nicarágua. Fidel Castro chegou a declarar que prefere “soldados brasileiros a marines dos EUA no Haiti”. 

Assim, de alguma forma, o Brasil se soma algo gigantesco esforço feito por Cuba, há anos, ao montar a Escola Latinoamericana de Medicina, para formar médicos para dezenas de países pobres, entre os eles o Haiti. Cuba divide uma parte de seus restritos recursos orçamentários com o Haiti e dezenas de outros povos. Aliás, até mesmo com países ricos, pois há 500 estudantes negros e pobres dos EUA estudando medicina em Cuba. Eles próprios, moradores em bairros negros, afirmam que ficassem nos EUA seriam fortes candidatos a serem recrutados pelo narcotráfico e que foi a Revolução Cubana que lhes deu a preciosa oportunidade de tornarem-se médicos. Ao ampliar suas parcerias com Cuba, o Brasil participa de alguma forma de esforço generoso. Mas há quem pense que isto é sub-imperialismo....

Europa e desintegração

Em linha diametralmente oposta, a Europa mergulha na crise para demolir os direitos sociais e trabalhistas. Cortes de salários de funcionários públicos já foram implementados em Portugal, Espanha, Itália e Grécia. Mas, com todas estas medidas retrógadas, hipocritamente apresentadas como de economa, os países europeus não vacilaram em gastar fortunas na guerra de rapina imperialista contra a Líbia. 

E pior, com o apoio de partidos de esquerda, que identificaram num bombardeio incessante de 203 dias pela OTAN, causando mais de 200 mil mortos, uma suposta “ajuda humanitária”. A Grécia está demitindo em massa, cortando salários e direitos sociais, mas acaba de comprar, em meio à crise, 500 tanques de guerra dos EUA. A esquerda europeia ficou na patética situação de apoiar a guerra imperialista contra Líbia promovida pelos governos contra os quais está protestando nas ruas.

Retrocesso político e social na Europa

Há duas semanas foi promulgada em Madri uma lei que pune cidadãos que tentem coletar comida das cestas de lixo espalhadas pela cidade. Nenhuma lei para evitar que seres humanos tenham que buscar comida no lixo. É uma lei que dá a medida da decadência européia, que vai se aprofundando numa linha completamente antagônica ao que está ocorrendo na América Latina, simbolizado pela criação da Celac. 

A criação da Comunidade Europeia, o Tratado de Mastrich, representou o predomínio do capitalismo mais forte (Alemanha e França), sobre os demais países europeus. Enquanto aqui a realização de obras de infra-estrutura permitirá o desenvolvimento das forças produtivas, a CEE determinou o rebaixamento produtivo dos países mais débeis do capitalismo europeu. 

A Grécia foi proibida de ultrapassar os limites impostos de fora para a produção naval ou para a produção de azeite. Limitou-se a produção agrícola de vários países mais fracos, sem esquecer que várias das repúblicas da ex-Yugoslávia, como a Slovenia e a Croácia, retrocederam à condição de semi-colônias da Alemanha. Até mesmo o funcionamento democrático formal dos países vem sendo anulado, com os novos governos sendo impostos pela oligarquia financeira européia, como ocorreu na Grécia e na Itália.

A solidariedade que vem do sul

Sinalizando uma linha contrária a este curso europeu de retrocesso político-social, Dilma Roussef, em seu discurso na Celac, deu um exemplo cristalino do caminho de cooperação e solidariedade que marca a região. Lembrou que a Unila - Universidade da Integração Latino-Americana - está à disposição dos países que integram o novo organismo.
 
Ou seja, enquanto na Europa, africanos, latinos e asiáticos estão sendo cada vez mais escorraçados e ameaçados - (Jean Charles foi barbaramente executado no metrô de Londres pela polícia estatal) - aqui o Brasil recebe professores e estudantes do continente para uma ação concreta de integração por meio da educação , uma universidade pública, sustentada com recursos públicos brasileiros. Um investimento na integração. 

Os “civilizados” países europeus investem na desintegração, na submissão do mais fraco, na guerra, na demolição do Estado do Bem Estar Social. Por aqui, recupera-se o valor do salário mínimo, o emprego formal, a licença maternidade amplia-se para 6 meses, as mamães recebem um ajuda do estado para amamentarem seus filhos no peito, um investimento estratégico do estado brasileiro em saúde das novas gerações. Que contraste!

Há quem reclame, aproveitando-se da escassa informação, de que apenas o Brasil entra com recursos e não recebe contra-partida alguma. Bastaria que a TV Brasil informasse que há uma integração que beneficia mutuamente os países, inclusive o Brasil. Exemplo: a hidrelétrica de Guri, no sul da Venezuela, fornece energia para Roraima, antes iluminada a diesel. Até recentemente, Manaus, para conectar-se por internet, precisava do uso de satélites, mas agora, com o acordo feito com a empresa estatal venezuelana CANTV, há internet por banda larga conectando o Amazonas e Roraima às demais regiões. 

Muita gente desdenhou quando Chávez propôs o Gasoduto do Sul integrando todo o continente, mas não desdenham do gasoduto que leva o gás russo para Itália, França, etc. Sem falar que o IPEA – que possui um Escritório em Caracas - foi solicitado pelo governo venezuelano a apresentar um programa de desenvolvimento regional integrando a Franja do Orenoco, onde provavelmente está um dos maiores mananciais de petróleo do mundo, ao sul da Venezuela e ao norte do Brasil, trazendo benefícios comuns às regiões dos dois países que padecem das desigualdades regionais.

Crescerem todos

O Brasil também determinou uma nova repartição dos recursos de Itaipu Binacional com o Paraguai, representando um reforço orçamentário enorme para o país vizinho, que, por sua vez, alavancará a economia de toda a região, inclusive a indústria brasileira. Embora sócio da maior hidrelétrica do mundo, a capital do Paraguai ainda convive com cortes de eletricidade....

Entre Brasil e Argentina multiplicaram-se os acordos, já há operações de troca sem a presença do dólar, barateando custos, medidas que fazem parte de uma revisão estratégica que alcança até mesmo a política de defesa do Brasil, mudança simbolizada pela cooperação industrial bélica entre os dois países - impensável antes do Mercosur - e também pelo deslocamento de tropas das fronteiras do sul para as fronteiras do norte amazônico onde há enormes riquezas de nióbio, petróleo, urânio, permanentemente alvo de cobiça internacional. E como declaram militares brasileiros, só uma grande potência tecnológica e militar pode ameaçar a soberania da Amazônia Brasileira. Não será a Guiana, nem a Bolívia, nem a Colômbia, nem a Venezuela, muito menos o Suriname.....

Celac e Brics

A Celac nasce sob a égide da integração, da cooperação, do diálogo democrático e da solidariedade. É apenas o começo, ainda, ainda são alicerces em construção, mas, está reforçada a idéia mestra consubstanciada na política externa brasileira inaugurada no Governo Lula: precisamos crescer todos, reduzir as assimetrias. Na Europa, os mais ricos estão engolindo os mais pobres.

A Celac surge como necessidade histórica diante de um cenário internacional de crise crescente do capitalismo, como também são crescentes o intervencionismo militar e os orçamentos do setor bélico. Desafios de igual magnitude dos compromissos assumidos em Caracas cercam a Celac. Haverá obstáculos, barreiras, a mídia colonizada anuncia forte contrariedade dos centros imperiais contra este novo organismo. Uma coordenação sempre mais ampla dos países da Celac com os Brics, conformando uma frente única mundial antiimperialista, desponta-se como necessidade imprescindível diante da agressiva voracidade dos impérios em crise, mas que nem por isso deixando de emitir sinais ameaçadores.

A Celac começa a virar a página dos Cem Anos de Solidão que trouxeram sombra do atraso e dependência para a América Latina e Caribe - uma época de solidariedade proibida - para abrir a nova página, a dos Cem Anos de Cooperação e da Integração. Este novo livro recém começa a ser escrito.

*Beto Almeida é jornalista, membro da Junta Diretiva da Telesur.