No dia 22 de novembro de 2025, participei do Seminário de Lançamento da Rede da Diáspora Científica Brasileira no Quebec, realizado na UQÀM – École des sciences de la gestion, no Pavillon de l’entrepreneuriat et de l’innovation, em Montreal. O evento reuniu pesquisadoras e pesquisadores brasileiros atuando em diferentes instituições do Quebec — UQÀM, UQTR, UdeM, HEC Montréal e Concordia — com o objetivo de fortalecer uma rede colaborativa de produção e circulação de conhecimento.
A conferência de abertura, intitulada “Mobilizar a diáspora científica: entre pertencimento, circulação e potência de agir coletiva”, trouxe provocações fundamentais sobre o papel da diáspora na ciência contemporânea. A reflexão central girou em torno da ideia de que a mobilidade acadêmica cria espaços de diálogo, inovação e impacto social que ultrapassam fronteiras geográficas.
Pertencimento e circulação: desafios e oportunidades
Um dos pontos marcantes do debate foi a noção de pertencimento múltiplo — a possibilidade de estar conectado simultaneamente ao país de origem e ao país de acolhimento, contribuindo com ambos de maneiras distintas. A diáspora científica opera justamente nesse entre-lugar, ampliando a circulação de saberes, práticas de pesquisa e perspectivas interculturais.
A conferência destacou também a importância de reconhecer e valorizar a potência coletiva da diáspora, especialmente quando organizada em redes formais. Tais redes fortalecem a visibilidade científica, estimulam parcerias institucionais e criam condições para projetos de impacto social, econômico e acadêmico.
A criação da Rede da Diáspora Científica Brasileira no Quebec
A nova Rede nasce com a missão de:
Fomentar conexões entre pesquisadores brasileiros estabelecidos no Quebec;
Estimular projetos colaborativos entre instituições brasileiras e canadenses;
Promover visibilidade científica, destacando contribuições da comunidade brasileira;
Atuar como ponte de conhecimento, favorecendo intercâmbios, mentorias e inovação.
Com um núcleo formado por docentes e pesquisadores da UQÀM, UQTR, UdeM, HEC Montréal e Concordia, a iniciativa promete fortalecer a presença da ciência brasileira no cenário internacional, além de contribuir para a internacionalização das universidades brasileiras.
Reflexões finais
Participar deste seminário foi inspirador e reforçou a importância de construir espaços de diálogo entre comunidades científicas globalizadas. A diáspora científica não é apenas um fenômeno migratório: é uma força ativa de criação, partilha e transformação.
Iniciativas como essa colocam em evidência o papel estratégico de pesquisadores brasileiros no exterior e reafirmam a necessidade de uma cooperação mais ampla entre países, universidades e comunidades.
A Rede da Diáspora Científica Brasileira no Quebec já nasce com grande potencial — e certamente será um marco para quem acredita na ciência como agente de impacto social e coletivo.

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