François Hollande, do Partido Socialista, foi eleito neste domingo presidente da República da França. Hollande derrotou Sarkozy no segundo turno das eleições presidenciais. O candidato socialista obteve 51,67% dos votos válidos, com a apuração concluída - embora ainda sem incluir os resultados da votação no exterior. O atual presidente e candidato à reeleição, Nicolas Sarkozy, obteve 48,33%.
Depois de François Mitterrand, em 1981 e em 1988, François Hollande é o segundo presidente socialista da Quinta República francesa, fundada em 1958.
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Os demais institutos deram resultados semelhantes : TNS Sofres (52% para Hollande) ; Ifop (52,7%) ; Harris (52,1%) e CSA (51,8%).
Multidões se reúnem diante da sede do PS, no tradicional Bairro Latino e na histórica Praça da Batilha, onde manifestam entusiasmo pela vitória dos socialistas. A derrota de Sarkozy é vista pelas principais forças de esquerda, entre elas o Partido Comunista, agrupadas na Frente de Esquerda, como um passo importante para inicar o enfrentamento às políticas neoliberais e conservadoras que levaram a França à beira do abismo.
O presidente derrotado Nicolas Sarkozy admitiu a derrota dizendo que agora voltará a ser "um francês entre os franceses... sabendo que a vida é feita de sucessos e derrotas".
Manuel Valls, um dos dirigentes do Partido Socialista, disse estar emocionado com a vitória de Hollande. Para ele, a partir de agora a tarefa será "ardente e magnífica".
Jean-Luc Mélenchon desejou o melhor a François Hollande e ao país, em declaração após o anúncio da vitória do candidato do Partido Socialista, considerando que "sua vantagem lhe dá meios para agir".
"Finalmente, Sarkozy acabou! Dessa maneira foi feito o acerto de contas com esse coveiro das conquistas sociais e dos serviços públicos de nossa República. Sua derrota é a derrota do seu projeto de extrema direitização. É uma boa notícia para a França e toda a Europa. O mundo que nos olha conhece de novo a audácia dos franceses", escreveu em um comunicado o ex-candidato da Frente de Esquerda, que alcançou 4 milhões de votos (11,1%) no primeiro turno. "Começa uma nova página para a França e a Europa", agregou.
Hollande
"Neste 6 de maio, os franceses escolheram a mudança, levando-me à presidência da República. Eu tenho a medida da honra que me foi feita e da tarefa que me espera. Perante vocês eu me comprometo a servir o país, com devotamento e de maneira exemplar como essa função requer", declarou o presidente eleito François Hollande, na cidade de Tulle, onde se encontrava antes de retornar a Paris onde foi recebido por uma entusiástica multidão reunida na Praça da Bastilha. Hollande enviou uma "saudação republicana" a Nicolas Sarkozy "que dirigiu a França durante cinco anos e merece, a esse título, todo o nosso respeito". O presidente eleito expressou também sua "profunda gratidão a todos aqueles que, com o seu voto, tornaram esta vitória possível".
Afirmando que será "o presidente de todos os franceses", Hollande disse que "as pessoas esperam por esse momento há anos, outros, mais jovens, não viveram épocas como esta. Muitas pessoas tiveram muitas decepções, e eu me sinto feliz em poder trazer esperança". O presidente eleito reforçou o compromisso com algumas de suas principais promessas durante a campanha: acesso aos serviços de saúde, igualdade, prioridade para a educação, além de mudanças ecológicas. "Precisamos liderar a Europa para o futuro", declarou Hollande, que ainda prometeu amenizar as medidas impopulares de austeridade impostas pelo atual governo para conter os efeitos da crise econômica.
François Hollande disse ainda que "o dia 6 de maio deve ser um grande dia para o país, um novo começo para a Europa, uma nova esperança para o mundo". Ele terminou seu discurso dizendo que "o sonho francês chama-se simplesmente progresso", e que sempre foi um homem de esquerda.
Da Redação do Vermelho, com informações on line do Le Monde e Le Figaro
Atualizada às 15h41
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Última atualização às 17h01
Eleições na França: O povo Francês demonstrou, a meu ver, nestas eleições que a solução para está crise vai além de uma simples revisita a experiência de governos populares, socialistas... É sim, uma demonstração de que através dessas experiências, não apenas soluções para a crise capitalista serão possivelmente encontradas, mas, um indício de caminhos, esperanças e alternativas... de um novo rumo para a Europa, e consequentemente, todo o mundo.
ResponderExcluirSoma-se a isto, as coalizão e retomada de um governo de esquerda na Grécia, que também faz parte da União Européia.