Em reunião realizada nesta quarta-feira (2), a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, definiram o novo modelo de remuneração das cadernetas de poupança. A proposta deve ser anunciado nesta quinta-feira (3) pelo Governo.
Em nota, o Governo informa que a proposta, que será encaminhada por medida provisória para o Congresso, visa garantir à caderneta uma rentabilidade equivalente a 70% da taxa Selic.
Segundo informações o Ministério da Fazenda, também está em discussão a possibilidade de se fazer uma escala conforme o valor dos depósitos. Até determinada faixa (R$ 50 mil ou R$ 70 mil, por exemplo), o poupador receberia 80% da Selic e acima desse valor, 70%. Sendo que para as aplicações já existentes não deve haver qualquer modificação.
Nesta quinta-feira (3) a presidente realiza uma bateria de audiências, nas quais espera obter apoio político de diversos setores para a aprovação da alteração das regras da poupança.
Como funciona
Atualmente a poupança é remunerada por juros fixos de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a variação da Taxa de Referência (TR), hoje de 0,02%, e isenção do Imposto de Renda. Com a eventual redução da Selic para 8,5%, a TR deve cair para zero e a isenção do IR será preservada. Os depósitos já existentes permanecem com essa regra.
No atual modelo, o rendimento da poupança equivale a 68,5% da Selic (de 9% ao ano). Caso os juros caiam para 8,5% ao ano e a poupança tenha seu rendimento atrelado a uma taxa com 80% da Selic, a correção da caderneta seria de 6,8% ao ano - superior, portanto, aos 6,17% atuais. Com 70% da Selic, o reajuste passa a ser de 6,3%.
Impactos
A discussão mais imediata que surge em torno das mudanças na poupança é o que acontecerá com os recursos que financiam a habitação.
Em entrevista à imprensa, Teotônio Rezende, diretor de habitação da Caixa Econômica Federal, afirmou que a mudança do cálculo preserva a atratividade da poupança como investimento justamente porque será atrelada à taxa básica de juro, que remunera os títulos públicos.
Já para Fabio Nogueira, da Brazilian Finance & Real Estate, com a queda da taxa de juros, a poupança naturalmente perderá importância no financiamento imobiliário. "Os juros mais baixos já abrem espaço para as fontes alternativas de crédito para a habitação", explica.
O coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças da Fundação Getúlio Vargas, Lauro Emilio Gonzalez acredita que a mudança talvez faça sentido em um período de transição, já que não soluciona o fato de a poupança ser uma aplicação pós-fixada. Segundo ele, aplicações pós-fixadas comprometem a eficácia da política monetária.
Com informações do Valor Econômico
Fonte: www.vermelho.org.br
quinta-feira, 3 de maio de 2012
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