quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Bom dia, Vinicius de Moraes!

Soneto de quarta-feira de cinzas (Vinicius de Moraes)

Por seres quem me foste, grave e pura 
Em tão doce surpresa conquistada 
Por seres uma branca criatura 
De uma brancura de manhã raiada

Por seres de uma rara formosura
Malgrado a vida dura e atormentada
Por seres mais que a simples aventura
E menos que a constante namorada

Porque te vi nascer de mim sozinha
Como a noturna flor desabrochada
A uma fala de amor, talvez perjura

Por não te possuir, tendo-te minha
Por só quereres tudo, e eu dar-te nada
Hei de lembrar-te sempre com ternura.

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